É uma constante na obra de Clint Eastwood, mas parece que se intensificou na última década: retratar os valores que são a fundação da mais sólida democracia do mundo. Em Changeling, ainda que em piloto automático, Clint Eastwood, mais do que recuperar a luta por direitos e liberdades, mostra como essa luta foi conseguida numa época que, à luz da vertigem do tempo actual, parece quase pré-histórica. Grande parte da sofisticação e, talvez, a superioridade da democracia americana assenta no facto de ter sido líder em todas as revoluções sociais que marcaram o século passado. Muitas delas, como a retratada, em Changeling, fazem envergonhar o velho ocidente, que se viu, claramente, ultrapassado num ponto em tinha a obrigação de, se não liderar, pelo menos não ficar tão, irremediavelmente, atrasado.
7/10